Ranibizumabe intravítreo para o tratamento de pacientes portadores de retinopatia diabética proliferativa com neovascularizacão de retina persistente
Rodrigo Sanches Oliveira
Ranibizumabe intravítreo para o tratamento de pacientes portadores de retinopatia diabética proliferativa com neovascularizacão de retina persistente. Rodrigo Sanches Oliveira. Ribeirão Preto, 2013. Tese de Doutorado, apresentada à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP. Área de Concentração: Mecanismos Fisiopatológicos nos Sistemas Visual e Audio-Vestibular. Orientador: Jorge, Rodrigo 1. Retinopatia Diabética; 2. Ranibizumabe; 3. Bevacizumabe; 4. Neovasos; 5. Edema macular.
Resumo OLIVEIRA, R.S. Ranibizumabe intravítreo para o tratamento de pacientes portadores de retinopatia diabética proliferativa com neovascularizacão de retina persistente. 77f. Tese (Doutorado) - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2013. Objetivo: Avaliar os efeitos do uso intravítreo do ranibizumabe no tratamento de pacientes portadores de neovascularização de retina persistente secundária à retinopatia diabética proliferativa. Métodos: Foram incluídos no estudo 22 olhos de 22 pacientes diabéticos com neovasos de retina ativos e refratários ao tratamento a laser com a melhor acuidade visual corrigida (MAVC) igual ou pior que 20/32 na tabela do ETDRS. Foi realizada avaliação oftalmológica completa na visita inicial e nas semanas 1, 6, 12, 24, 36 e 48 após injeção intravítrea de ranibizumabe (0,5 mg). Foi realizado retratamento nas semanas 12, 24 e 36 quando houve vazamento de contraste na angiofluoresceinografia. Os efeitos do procedimento do estudo foram avaliados pela medida em mm2 (IMAGEnet) da área total de vazamento da fluoresceína proveniente de neovasos ativos, mudanças na MAVC em LogMAR e os efeitos sobre a espessura do subcampo macular central na tomografia de coerência óptica (Stratus) medidos em μm.
Resultados: Dezenove pacientes completaram as 48 semanas do estudo. Na avaliação inicial, a média ± erro-padrão da média (EPM) da área de vazamento de fluoresceína da neovascularização retiniana ativa foi de 4,8 ± 1,2 mm2 e diminuiu significativamente para 0,1 ± 0,1 mm2 (p=0,001); 0,3 ± 0,1 mm2 (p=0,001); 2,1 ± 0,5 mm2 (p=0,011); 2,1 ± 0,5 mm2 (p=0,025); 1,79 ± 0,5 mm2 (p=0,009) e 1,42 ± 0,36 mm2 (p=0,010) nas semanas 1, 6, 12, 24, 36 e 48, respectivamente. A média ± EPM da MAVC, anotada em LogMAR na visita inicial foi de 0,70 ± 0,08 (20/100) e melhorou para 0,63 ± 0,08 (20/85) (p=0,013), 0,61 ± 0,07 (20/81) (p=0,022) e 0,63 ± 0,08 (20/85) (p=0,027) nas semanas 1, 6, e 12, respectivamente, com significância estatística. Após a semana 12, a média da MAVC não evidenciou diferenças estatisticamente significativas em relação à visita inicial, sendo 0,61 ± 0,08 (20/81) p=0,147) na semana 24, 0,60 ± 0,08 (20/80) (p=0,114) na semana 36 e 0,61 ± 0,09 (20/81) (p=0,390) na semana 48. A média da espessura do subcampo macular central (ESMC) ± EPM avaliada pela tomografia de coerência óptica foi de 321 ± 38 μm na avaliação inicial, diminuindo significativamente para 268 ± 22 μm (p=0,037), 277 ± 26 μm (p = 0,011), 261 ± 24 μm (p=0,017), 242 ± 21μm (p=0,034) nas semanas 1, 6, 24 e 36, respectivamente. No entanto, nas semanas 12 e 48 os valores da espessura macular foram: 298 ± 32 μm (p=0,166) e 244 ± 26 μm (p=0,064), respectivamente, não sendo estatisticamente significativos.
Conclusão: Houve redução estatisticamente significativa na área de vazamento dos neovasos persistentes ativos durante as 48 semanas, ocorrendo, ainda, melhora na acuidade visual em todas as avaliações, porém estatisticamente significativa somente até a semana 12, e redução na espessura do subcampo macular central na tomografia de coerência óptica estatisticamente significativa em todas as visitas, exceto nas semanas 12 e 48.
Palavras-chave: Retinopatia Diabética; Ranibizumabe; Bevacizumabe; Neovasos; Edema macular.
Abstract OLIVEIRA, R.S. Intravitreal ranibizumab for the treatment of patients with persistent new vessels in proliferative diabetic retinopathy. 77f. Thesis (Doctoral) - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2013. Objective: To evaluate effects of intravitreal ranibizumab (IVR) for the management of persistent new vessels (NV) associated with diabetic retinopathy.
Methods: Twenty-two eyes of twenty-two diabetic patients with actively leaking retinal NV refractory to laser treatment and ETDRS best- corrected visual acuity (BCVA) worse than 20/32. Comprehensive ophthalmic evaluation was performed at baseline and at weeks 1, 6, 12, 24, 36 and 48 following IVR (0.5 mg). Retreatment with IVR was performed at weeks 12, 24 and 36 if actively leaking retinal NV were detected on fluorescein angiography. Total fluorescein leakage area (FLA) from NV measured using IMAGEnet software. ETDRS BCVA and central subfield macular thickness (CSMT) measured with Stratus optical coherence tomographywere also verified.
Results: Nineteen patients completed the 48-week study period. At baseline, mean ± SEM FLA (mm2) was 4.8±1.2, and was significantly reduced to 0.1±0.1 (p=0.001); 0.3±0.1 (p=0.001); 2.1±0.5 (p=0.011); 2.1±0.5 (p=0.025); 1.79±0.5 (p=0.009) and 1.42±0.36 (p=0.010) at weeks 1, 6, 12, 24, 36 and 48, respectively. Mean BCVA (logMAR) was 0.70±0.08 (20/100) at baseline and improved to 0.63±0.08 (20/85; p=0.013); 0.61±0.07 (20/81; p=0.022); and 0.63±0.08 (20/85; p=0.027) at weeks 1, 6, and 12, respectively. After week 12, mean BCVA did not differ significantly from baseline; BCVA was 0.61±0.08 (20/81; p=0.147) at week 24, 0.60±0.08 (20/80; p=0.114) at week 36, and 0.61±0.09 (20/81; p=0.390) at week 48. Mean CSMT (μm) was 321±38 at baseline and decreased significantly to 268±22 (p=0.037), 277±26 (p=0.011) 261±24 (p=0.017), 242±21 (p=0.034) at weeks 1, 6, 24, 36, respectively; however, at weeks 12 and 48 mean CSMT did not differ significantly from baseline: 298±32 (p=0.166) and 244±26 (p=0.064), respectively.
Conclusions: IVR is associated with significant reduction of fluorescein leakage. The significant improvement in BCVA after IVR observed during the first 12 weeks was not sustained at weeks 24, 36 and 48.Significant, although modest, reduction of CSMT in eyes with persistent NV due to diabetic retinopathy was observed at all study follow-up visits except for weeks 12 and 48. Key-words: Diabetic retinopathy; Ranibizumab; Bevacizumab; New vessels; Macular edema.